3 de abril de 2008

A pálida




No café-da-manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas.E têm dias em que me sinto estrangeiro em Montevidéu (São Paulo) e em qualquer outra parte. Nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. As palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. Então não estou onde estou. Deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.

Eduardo Galeano

Pego emprestado,e com uma certa inveja, as palavras de Galeano, que soube tão bem expressar sentimentos invadidos, em mim...

3 comentários:

Everaldo Ygor disse...

Outsider, assim é que é... O que somos.
Sem a obrigação de se adequar aos padrões da sociedade...
Adequamos apenas as nossas linhas, a poesia toda, a estrada e as luzes...
Abraço!
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/

Tatiana C. Mendes disse...

É... Também costumo ser invadida por tais sentimentos. Confesso que já faz certo tempo que não me tomam, mas... já o fizeram com certa freqüência inclusive. E é uma espécie de vontade louca, de tudo ou algo, que nem sabemos ao certo o que seja. Uma saudade danada de algo que não sabemos, também, de certo o que seja. E assim somos, seres humanos, repletos de nós, repletos de mistérios... Mas passa.

Obrigada por sua visita, eu fico feliz que tenha te feito bem ler o que escrevi naquele dia de chuva. Aproveito para lhe fazer um convite a visitar outro espaço que tenho: http://imponderavelmente.blogspot.com/. O título do seu blog acabou me remetendo ao meu... Ponderações, no meu caso imponderáveis.

Um abraço,
Tatiana C. Mendes

* hemisfério norte disse...

Há dias assim, em que nem no vazio nos conseguimos encontrar.
Obrigada pela visita lá no miniminimos e pelas gentis palavras.
bjs de Portugal
a