No café-da-manhã, minhas certezas servem-se de dúvidas.E têm dias em que me sinto estrangeiro em Montevidéu (São Paulo) e em qualquer outra parte. Nesses dias, dias sem sol, noites sem lua, nenhum lugar é o meu lugar e não consigo me reconhecer em nada, em ninguém. As palavras não se parecem àquilo que dão nome, e não se parecem nem mesmo ao seu próprio som. Então não estou onde estou. Deixo meu corpo e saio, para longe, para lugar nenhum, e não quero estar com ninguém, nem mesmo comigo, e não tenho, nem quero ter, nome algum: então perco a vontade de me chamar ou de ser chamado.
Eduardo Galeano
Pego emprestado,e com uma certa inveja, as palavras de Galeano, que soube tão bem expressar sentimentos invadidos, em mim...
3 comentários:
Outsider, assim é que é... O que somos.
Sem a obrigação de se adequar aos padrões da sociedade...
Adequamos apenas as nossas linhas, a poesia toda, a estrada e as luzes...
Abraço!
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
É... Também costumo ser invadida por tais sentimentos. Confesso que já faz certo tempo que não me tomam, mas... já o fizeram com certa freqüência inclusive. E é uma espécie de vontade louca, de tudo ou algo, que nem sabemos ao certo o que seja. Uma saudade danada de algo que não sabemos, também, de certo o que seja. E assim somos, seres humanos, repletos de nós, repletos de mistérios... Mas passa.
Obrigada por sua visita, eu fico feliz que tenha te feito bem ler o que escrevi naquele dia de chuva. Aproveito para lhe fazer um convite a visitar outro espaço que tenho: http://imponderavelmente.blogspot.com/. O título do seu blog acabou me remetendo ao meu... Ponderações, no meu caso imponderáveis.
Um abraço,
Tatiana C. Mendes
Há dias assim, em que nem no vazio nos conseguimos encontrar.
Obrigada pela visita lá no miniminimos e pelas gentis palavras.
bjs de Portugal
a
Postar um comentário