11 de fevereiro de 2008


Foto: Raphael o pensativo


O ato de escrever confunde-se com o ato de bordar retalhos...
Com uma eterna linha de chuva, que vai e vem no compasso
Sintomático do invisível...desmancha-se em algum lugar
É Como cravar o bordado na leve folha branca, para colorí-la
Em sentidos de vida vertical/horizontal...
Este ato, que tão bem ensaiado trás versos diversos em forma de pano
Que aos poucos vai se transformando na forma
Inevitável que dou, não grudo o meu retalho
Costuro com linhas de chuva
Não penso o meu retalho, o transbordo com minhas linhas de chuva
O pano, que branco já se fazia ficou com as linhas
Escritas de meu bordado...
E agora aquele que aqui observa a obra concluída
Não vê as linhas de chuva
Apenas os retalhos

Marlene 10/02/2008

Um comentário:

Everaldo Ygor disse...

...Na alegria e na tristeza ponho-me a dissertar sobre densos pensamentos, mares de lágrimas e mucosas do mês de Fevereiro. Procurando as nascentes de poesia.
Ungido pelo santo óleo da cachaça vou escrevendo os dias, cada dia sufocado pelo próprio ar, pelo espanto, pela visão lendária. Tomo desse ungüento até o dia clarear, com a esperança insana de bordar palavras em sedas claras no meu santuário sagrado de aniversário...
Em Beijo
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/