7 de agosto de 2009

Transito
Entre o normal e a loucura
Entre a bondade e a crueldade
A agonia e a perfeição
Sou mole carne
O diabo pousa em meu ombro
Dizem que no esquerdo
Meu omoplata torto

Perco o tesão
Nãosei, não sei
Encantamento, desencantamento
Poço fundo
Suja água que não lava o corpo

Somos crianças pálidas e amedrontadas
Perdoe-me a existência
A contradição

Transito
Entre não sei o que e o que não sei

3 de agosto de 2009

Dormiremos agora
Num grande e profundo sono
Nem as luzes automobilísticas em tal velocidade irão nos acordar
Dormiremos
Nem o ar poluído vibrando freneticamente em nossas narinas
Dormiremos

Minha alma anda nua pelas ruas

Dormiremos
Os corpos estendidos a descansar
Calçadas impuras e fétidas
Dormiremos

Minha alma anda nua pelas ruas

Dormiremos ontem
Apodrecidos do cansaço dialógico de palavras que zumbem no ar
Dormiremos
Tão longos em corpos frios
Perfeitamente esticados
Dormiremos, desmanchados