30 de dezembro de 2007

Sem Título

Foto: Heliz

Por que tanto andar
Ah, se você soubesse das invasões
Passaram agora de carro, deixando o som
No silêncio da passagem
Gritaram meu nome?
Não sei, não podia ouvir.
Vi um rosto manco do outro lado da rua
Me olhava; estremeci
Tentei linhas, mas não conseguia escrever
Não conseguia falar com palavras, não, sentimentos
e o rosto
Fixo me sinalizava, mas não podia ver
Não era pra mim
Era a alma nua/crua por trás
...

Não sou paz, sou tumulto, ventania
Mar revolto sem saber onde nadar
Me embriagam os olhos do choro
Alcoólico, do hálito de lágrimas
Do corpo na alma cansada
Sem saber tratar, sem saber amar
Dói o peito, inflamado
Sem saber como caminhar...
Onde pisar, como voar...
Ainda completo o meu ser!
Queria poder/saber amar todos os dias...
Pedacinho de vidrinho, estilhaço
Na crua alma por detrás

Marlene 29/12/07

2 comentários:

Anônimo disse...

Murmúrios espontâneos
Cantam Alegrias e Tristezas
Choram em cada pedra
Desapontamentos
Sonhos perdidos...

Nem todo passado é presente
Não são águas inspiradas
Não vão reabilitar vidas jogadas

Essa quietude fatal
Desmorona portos e mentes
Ocultam silhuetas femininas soturnas...
Sinfonia estagnada, febril
Sonhos febris, alcoólicos...

Da inércia de nossos dias
De um poema torto e impreciso
Afunda no cais de pensamentos solitários...
Reconciliando a morte, a febre e portos nem tanto seguros.
Everaldo Ygor
Dez. 2007

Rafael Almeida Teixeira disse...

Marlene
fico feliz quando encontro poemas aqui nesse mundo do blogger.
Diga-se de passagem amei o seu.
Também sou professor e poeta.
Me identifiquei bastante com seu blog; talvez por essas peculiaridades em comum.

Você deve ser uma pessoa fantástica.

Abaços afetuosos.